Nós somos apenas simples pessoas
que vivem a sua medíocre vida e que não dão a devida importância aquilo que as
rodeia. Quantas vezes a mesma pessoa não se cruzou connosco, quantas vezes tivemos
a sensação de que algo já nos tinha acontecido, que já tínhamos visto algo
antes. Quantas vezes comentamos que se algo não tivesse acontecido que não
teríamos chegado onde chegamos, que se não tivéssemos ouvido uma certa
explicação que a nossa nota do teste teria sido completamente diferente… Eu cá
acredito que tudo acontece por uma razão, que nada é por acaso, que todos temos
um caminho que nos pertence e que acabaremos por seguir. E é exactamente por
causa disso que eu estou aqui, e que o sou como sou e que esta foi/será a minha
história.
Com dezassete anos e ainda com
uma vida inteira pela frente, com um montão de sonhos, de desejos, de
ansiedades. Viver em Havana é o pior e o melhor do mundo. Todos os dias são uma
desculpa para nos baldáramos às aulas e fazermos aquilo que mais gostamos… Há
quem forme um grupo e vá tocar para o pé da escola, há quem vá apanhar umas
ondas, há quem se junte para uma boa futebolada e há ainda quem se junte para
relaxar, para se sentir e para dançar. Todos os dias variávamos nas diversões
que usávamos como escape, porque sim, eram o nosso escape para tudo o que se
passava, por tudo o que fingiam que não se passava mas que nós sabíamos
perfeitamente.
Aquele seria para mim o dia do
Surf, por muito que eu não surface eu ficava a ver, a apreciar os movimentos, a
sentir a brisa, a olhar o pôr-do-sol, a apanhar sol… Havia muito pouco que me
deixasse tão bem como aquele sol. Mas hoje não estava sozinha, hoje alguém tinha ficado comigo porque estava um belo sol para uma tarde de bronzeio...
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